eu mesmo sou uma pessoa reservada que não gosta dos holofotes. Ao procurar compreender esse lado tranquilo dentro de mim, tropecei na filosofia estóica.

Os filósofos estóicos nos ensinam a valorizar o que está nos bastidores, a cultivar a riqueza interior e a guardar segredos valiosos.

Neste artigo, explorarei as 11 lições dos estóicos que me ajudaram a compreender a vida hoje. Você verá que a filosofia estóica é atemporal, aplicando-se tanto na modernidade quanto nos tempos antigos, quando foram escritas.

O que você está prestes a ler irá surpreendê-lo.

1- Não fale sobre suas conquistas

Sei que quando alcançamos algo, ficamos entusiasmados para contar a todos as nossas vitórias.

Os estóicos acreditavam que a verdadeira realização não reside na exibição de triunfos externos, mas na introspecção e na evolução contínua.

Eles entenderam que o ego e a vaidade podem obscurecer a verdadeira virtude. Em vez de buscar reconhecimento externo, eles cultivaram valores nobres como justiça, paixão e sabedoria no âmago de suas almas.

Para eles, a verdadeira riqueza não estava nas riquezas materiais, mas na riqueza de uma alma equilibrada e serena. Esta filosofia parece aplicar-se bem na era das mídias sociais.

2- Não fale de desafios não vencidos

Todos enfrentamos desafios e dificuldades na vida e, quando não conseguimos superá-los, ficamos desanimados e tristes.

Lidar com frustrações é difícil. Para os estóicos, cada desafio e obstáculo na vida não era uma barreira, mas uma oportunidade de crescimento.

Eles não viam o triunfo visível como medida de grandeza, mas sim as batalhas internas que moldavam a força interior de uma pessoa.

Em vez de expor todas as lutas ao mundo, optaram pela aceitação silenciosa de todos os caprichos da vida, sabendo que a dança da existência é orquestrada por melodias fora do nosso controle.

3- Não fale sobre suas boas ações

Fazer o bem ao próximo é gratificante para a nossa alma e, quando isso acontece, é comum que a alegria da alma contagie o ego e nos dê vontade de nos vangloriar.

Os estóicos pensavam de forma diferente; valorizavam a verdadeira generosidade, que não precisava ser proclamada aos quatro cantos do mundo. Acreditavam que a verdadeira bondade é um gesto genuíno, realizado pela simples vontade de fazer o bem, sem esperar elogios em troca.

Manter as boas ações em segredo oferece momentos sagrados de reflexão, permitindo uma conexão íntima consigo mesmo.

4- Não fale dos seus ressentimentos

O ressentimento é uma âncora que impede o espírito de navegar livremente pelos mares da vida. Acumular ressentimento é como acumular lixo fedorento que mais cedo ou mais tarde deverá ser jogado fora.

Todos nós temos algum ressentimento do passado armazenado dentro de nós. Mas os estóicos nos ensinaram a escolher o perdão e a compreensão em vez de nos apegarmos às emoções negativas.

Eles acreditavam que a raiva e o ressentimento eram venenos silenciosos que corroiam a nossa paz e o nosso bem-estar. Escolher o perdão nos liberta das cadeias do passado e nos guia para a compreensão e a paz.

5- Não fale dos seus sonhos mais profundos

Essa tarefa pode ser difícil para algumas pessoas porque falar sobre sonhos e planos para o futuro ajuda a se manter motivado para a jornada. Mas, tal como uma semente preciosa, os estóicos viam os seus sonhos mais íntimos como algo a ser protegido, cultivado e nutrido em silêncio.

Eles reconheceram que a verdadeira realização não está na aprovação externa, mas na busca de significado e propósito dentro de si mesmos. Proteger seus sonhos dos olhos do mundo permite que eles floresçam em seu próprio tempo, longe das tempestades da dúvida e da inveja.

6- Não fale sobre seus próximos passos

Imagine a vida como um jogo de xadrez; seria difícil ganhar o jogo se você divulgasse seus próximos movimentos, não seria? Os estóicos entenderam que não é necessário expor ao mundo todos os detalhes dos seus planos.

Ao manterem em segredo as estratégias de vida, fortaleceram a sua confiança e independência, protegendo os seus objetivos de influências e opiniões externas. O silêncio não era vazio, mas cheio de potencial e possibilidade.

7- Não fale de suas dúvidas e incertezas

Todo ser humano tem dúvidas e incertezas sobre muitas coisas, mas isso pode ser percebido como uma fraqueza que será usada contra você em algum momento para abalar sua confiança.

A confiança é uma das coisas mais valiosas que temos; muitas de suas realizações dependem de sua confiança. Porém, assim como a falta dela, o excesso de confiança pode ser ruim.

A confiança não precisa ser demonstrada diante dos olhos do mundo. Os estóicos reconheceram a importância da introspecção e da modéstia.

A busca de respostas dentro de nós, ao invés de clamores externos, nos permite encontrar solidez mesmo diante das incertezas.

8- Não fale em criticar os outros

Ninguém gosta daquela pessoa que critica todo mundo publicamente. Inicialmente pode até parecer engraçado, mas com o tempo vai afastar as pessoas de você.

Em vez de lançar críticas aos outros, os estóicos estenderam a mão num gesto de empatia e compaixão. Eles viam cada pessoa como um universo de batalhas internas, alegrias e tristezas e valorizavam a compreensão acima do julgamento.

Palavras duras e julgamentos precipitados, em vez de construir pontes, erguem muros. Os estóicos lembram-nos a importância da bondade e da compreensão num mundo cheio de críticas.

9- Não fale dos seus momentos de solidão

Lidar com a solidão não é algo fácil para todos. A solidão, para os estóicos, não era um vazio a ser preenchido, mas um santuário onde a mente podia encontrar clareza e insights.

Abraçaram o silêncio, encontrando força na introspecção e no silêncio, longe do barulho do mundo.

10- Não fale de lições não aprendidas

Os estóicos viam os erros como uma oportunidade de crescimento, não como um sinal de fraqueza.

Ao abraçar os momentos de fracasso como parte do processo de aprendizagem, cultivaram a resiliência e a virtude.

Manter as lições não aprendidas permitiu um profundo processo de reflexão e crescimento pessoal.

11- Não fale dos seus planos mais profundos

Manter em segredo seus planos mais profundos não é um ato de evasão, mas uma escolha deliberada de nutri-los e protegê-los.

Os estóicos acreditavam que o verdadeiro poder muitas vezes reside naquilo que é mantido em segredo, permitindo que os planos cresçam num ambiente seguro e protegido, longe de influências externas.

Conclusão

Os ensinamentos dos filósofos estóicos oferecem lições atemporais para viver uma vida mais significativa e autêntica.

Num mundo onde a superexposição e a busca incansável pela validação são comuns, essas lições nos convidam a abraçar o silêncio, a introspecção e a simplicidade.

Em vez de mostrarem as nossas vidas, encorajam-nos a viver os nossos valores mais profundos e a cultivar a nossa riqueza interior.

Enquanto as redes sociais clamam por atenção, os estóicos lembram-nos do precioso valor do sigilo.